segunda-feira, 14 de março de 2011

Mulher moderna, mas nem tanto.

            Sabe aquelas madrugadas insones em que você fica sentada em frente ao computador rezando para encontrar algo relevante para ler e que prenda a sua atenção até o corpo não aguentar mais e você finalmente conseguir dormir, ou uma velha amiga on-line para poder desabafar todas as idiossincrasias que esse mundo moderno repleto de gente superficial, ocupada demais, medrosa, escapista e carente, mas aparentemente senhora da situação te empurra goela a baixo todos os dias? E nem uma coisa e nem outra acontecem?                                                                                                                   
             Então, você está tão de saco-cheio, com tanta vontade de gritar, chorar e espernear por todas as mazelas do nosso país, por todas as possibilidades de melhoria de vida que você mesma deixou escapar por entre os dedos e por todas as coisas que você não teve coragem de fazer ou dizer na hora certa e que agora não significam mais nada para ninguém; ou mesmo por momentos de intensa fragilidade em que você sucumbiu à extrema urgência em verbalizar o intraduzível de si mesma e simplesmente falou. Falou para todo mundo o que queria ou quem queria, ou o que pensava e, na pior das hipóteses, o que sentia. E hoje você tem a total certeza de que deveria ter calado tudo aquilo para todo o sempre. E não dá para voltar atrás e não adianta, nem mesmo pedir desculpas... Pois, a merda já está mais do que feita. E você tem todos os sintomas de alguém que vai ter um ataque cardíaco cada vez que pensa sobre o assunto.                                 
              Não sei por qual motivo, estou eu em frente ao meu computador as 02h42min. de uma segunda-feira, dia que comecei a amar há duas semanas (já que agora não trabalho e nem estudo às segundas), pensando nessas coisa todas. Talvez esteja entrando em uma nova crise, mas uma crise diferente das anteriores e muito mais produtiva, também, ou talvez esteja apenas tentando bancar a balzaquiana consciente e tal.                                
            Sou uma mulher de 33 anos (completarei 34 anos em abril próximo), que começa a trilhar a área profissional a qual vem se preparando há cinco anos. Tenho boa saúde, um pai que é sem sombra de dúvidas o melhor ser humano que eu já conheci na vida (pelo menos nessa vida...), muitos amigos, possibilidades, convicções e acima de tudo incertezas. Muitas incertezas, todas as incertezas possíveis ou não. Adora essa palavra, quando você acha que não sabe patavinas de nada você diz que está incerto sobre determinado assunto! E todo mundo te olha com aquele ar de respeito e consideração, pelo menos por algum tempo, é lógico!
Bem, agora, algo dentro de mim está inquieto. Aliás, algo em mim está gritando desesperadamente, porém, só ouço o som fortuito e não consigo por mais que tente decodificar a mensagem. Ou seja, tem alguma coisa me enlouquecendo, me deixando mais surtada do que o habitual e não sei exatamente que porra é essa!
Provavelmente em nossa sociedade milhares de pessoas sintam-se assim, sem muitas vezes nem se darem conta disso. E as que percebem tomam comprimidos e esperam realmente que tudo passe e fique bem, já que hoje há remédios para quase tudo! Lembrando que nossos problemas pessoais e existenciais não devem de maneira alguma prejudicar a máquina da sociedade produtiva a qual fazemos parte, ou seja, o espetáculo em que somos meros coadjuvantes não pode parar!           
E apesar de todos os dissabores, que nos causam ânsia de vômito diariamente, precisamos continuar. Sermos fortes! Afinal de contas, não é isso que é ser adulto? Pois é, hoje eu quero me comportar feito uma criança de três ou quatro anos, do tipo que adora soltar aquelas pérolas que deixam muitos marmanjos totalmente desconcertado. É que esses pequenos exemplares da raça humana ainda não aprenderam a dissimular, falam somente a verdade e a verdade quando sai da boca desses serezinhos é simplesmente linda! Contudo, muitas vezes, quando nós adulto expressamos as tão temíveis verdades nos deparamos com situações como as já descritas acima e um arrependimento dilacerador.
Coisas como essas fogem ao meu entendimento. Claro que precisamos pensar antes de falar algumas coisas, principalmente no modo o qual falaremos. Mas, por pior que seja a verdade ainda é o melhor caminho. Eu sei que isso vai soar como moralismo barato ou pieguísmo crônica, foda-se! Não importa! Já que esse texto nada mais é do que o resto de lucidez que me sobrou em uma longa noite de insônia e desencanto... (CM, madrugada de 14 Mar 2011, Verão)

3 comentários:

  1. oie =D
    gostei mtu do seu blog! vc escreve mtu bem *-*

    abraço.

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  2. Obrigada Gui! Na verdade estou apenas tentando escrever... Além do mais, manter um Blog é bem mais barato do que fazer terapia, não é mesmo?!

    Abraços!

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  3. Blogterapia, gostei da idéia.

    Também achei que você está escrevendo muito bem.
    Mas prefiro ler artigos do tipo que o lobo posta.

    BJs

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